sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Transparência


Na minha perspectiva, continuamos a ver só o que desejamos ver, tal e qual como um capricho que não queremos mudar. Esta incongruência do psicológico, é o facto evidente para não termos a habilidade de ver a transparência do abstracto ou do real fundamentado. Ser moderado não chega para a atribuição desse dom, há que saber ser depreciativo e ver para além da beleza superficial, é assim que defino transparência.
A dicotomia do pensamento termina no preciso momento em que este surge, são esses actos lancinantes que nos fazem recear a falsa partilha das diferenças. Diferenças que não mudam…Se é o fim, tens esperança, mas se for o início, entras em estado de desespero; é assim que a transparência se torna numa vicissitude precária. Estamos sempre atrasados, um atraso, em que o tempo é apenas um espaço imutável onde a transparência surge apenas, quando já não a desejas ver.


Filipe Almeida
Foto:Emily Purnhagen Broering

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