sábado, 25 de junho de 2011

O fim?


Este poderá ter sido o meu último Post.
Obrigado por me lerem. Obrigado, por todas as palavras. Obrigado pelos elogios. Obrigado pela partilha de sentimentos. Obrigado por todo o tempo despendido neste blog.

Fica a recordação e quem sabe...um até já.

Filipe Almeida

A Languidez do Desejo


Ainda guardo na memória, a última vez que deixámos a cama com os lençóis de lavado. Aquele perfume fresco com cheiro a citrinos parece persistir em todos os poros da minha pele e a suavidade da roupa esticada continua a ser testemunha daquele roubo de sentidos. É na simplicidade desses momentos ingénuos, que se encontra a grandeza desta reminiscência e assim, se criam laços que nunca desvanecem.

A camisa de noite, definia com sumptuosidade as formas do teu corpo e, de certa forma, era o suficiente para provocar a minha perplexidade. Em bicos de pés, os teus gémeos ganhavam uma forma bem torneada e sabendo disso, caminhavas para mim lentamente… O teu sorriso ficava mais pequeno, mais atrevido, mais sensual, era assim que ganhavas toda a minha atenção.
Recordo, como desperdiçámos as palavras num silêncio proibido e irreversível…

- Hoje quero-te só para mim, vou ligar para o trabalho e dizer que estou doente – retorquiu ela, trincando suavemente o lábio.

- Se tu estás doente, eu fui momentaneamente promovido a enfermeiro? – perguntei, com um olhar semicerrado.

- Enfermeiro a tempo inteiro – Respondeu. - Na unidade de cuidados intensivos.

- Hum, não tens receio da minha falta de experiência?

- Pelo contrário. A tua falta de experiência fará com que sejas mais dedicado – contrapôs ela, com a boca praticamente encostada à minha orelha.

- Sendo assim, vou ter de te examinar minuciosamente para determinar a causa da tua doença. – sussurei, beijando docemente o seu pescoço.

As palavras foram-se perdendo e o meu corpo, já sentia o calor daquela pele morena.

- Vais tratar de mim para sempre? – perguntou ela, suspirando.

- Para sempre. – Respondi – Como se fosse a tua imunidade.

Filipe Almeida
Foto: Internet

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Curtas XXI - A Fraqueza

“Quem é que pode conciliar o sono, quando o peito alberga sentimentos inexprimíveis?”

Haruki Murakami, "Em busca do Carneiro Selvagem"
Foto: Joana Costa

Beyonce - Speechless

Artista da Semana: Beyonce

Álbum: Dangerously in Love (2003)

Música: Speechless

Recomendação: 5/5


O puzzle que a vida nos reserva

“(…) Precisava dizer que te amo, amo-te tal como és, amo-te sem floreados, enfeites ou condições, só por ti, pela pessoa que te tornaste…por isso, seja o que for que a vida nos reserve, lembra-te que te amo muito(…)”

Perdemos o jogo, mas o desafio continuou.

M.M.V.B.T.Q.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Curtas XX - A banalidade dos homens

Na ausência de Amor, sou tão vulgar como a monotonia e tão indiferente como a fugacidade de um desejo concretizado.


Filipe Almeida
Foto: José Luís Cunha


Quando me Amei de Verdade - Kim McMillen

"Quando me amei de verdade,
compreendi que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E, então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia,
meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que
estou indo contra as minhas verdades.
Hoje sei que isso é... Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a
minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é
ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo
que não fosse saudável ... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa
que me pusesse para baixo.
De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, Abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo
o passado e de me preocupar com o Futuro. Agora, me mantenho no
presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente
pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é.... SABER VIVER ! "

Kim McMillen, "Quando me Amei de Verdade"
Foto: Paulo Nogueira

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Freud - Evitar o sofrimento

Evitar o Sofrimento

"Privamo-nos para mantermos a nossa integridade, poupamos a nossa saúde, a nossa capacidade de gozar a vida, as nossas emoções, guardamo-nos para alguma coisa sem sequer sabermos o que essa coisa é. E este hábito de reprimirmos constantemente as nossas pulsões naturais é o que faz de nós seres tão refinados. Porque é que não nos embriagamos? Porque a vergonha e os transtornos das dores de cabeça fazem nascer um desprazer mais importante que o prazer da embriaguez. Porque é que não nos apaixonamos todos os meses de novo? Porque, por altura de cada separação, uma parte dos nossos corações fica desfeita. Assim, esforçamo-nos mais por evitar o sofrimento do que na busca do prazer."

Sigmund Freud, "As Palavras de Freud"

Chris Brown feat Benny Benassi - Beautiful People

Artista da Semana: Chris Brown feat Benny Benassi

Álbum: Spaceship (2011)

Música: Beautiful People

Recomendação: 4/5