segunda-feira, 26 de abril de 2010

"Cheiro a Terra"

Tinha que ser hoje, enquanto a presença do perfume persiste com mais intensidade...são estes dias, em que o cheiro da roupa lavada, provoca a fraqueza de quem não quer partir e a ousadia de quem não sabe falar,

os reflexos não escondem o que sinto e se tenho saudade, é porque farás SEMPRE, parte de mim!


Filipe Almeida

terça-feira, 20 de abril de 2010

Enfim, Juntos

"(...) Dormia há mais de uma hora quando Camille - tão leve que só podia ser ela - veio visitá-lo em sonhos...

Infelizmente, ele não viu se ela estava nua... Estava estendida em cima dele. Coxas contra coxas, ventre contra ventre, ombro contra ombro.
Encostou os lábios ao seu ouvido e murmurou:

- Lestafier, vou-te violar...

Ele sorria, como no sonho, primeiro, porque era um belo delírio e depois porque a respiração dela lhe fazia cócegas.

- Sim... acabemos com isto... vou violar-te para ter uma boa desculpa para te abraçar... Mas não te mexas... Se te debateres, estrangulo-te, rapaz...

Ele quis aglutinar tudo, o corpo, as mãos e os lençóis, para ter a certeza de não acordar, mas alguém lhe agarrava os pulsos.
Pela dor, percebeu que não estava a sonhar e, porque sofria, compreendeu a sua felicidade.(...)"

Anna Gavalda, "Enfim, Juntos"

Há muita gente, que não compreende o que é um amor puro. Há poucas pessoas que o vivem, há poucas pessoas que o sentem e o mais estranho, é que há poucas pessoas que o desejam!

Eu não preciso de fechar os olhos para saber aquilo que desejo...

domingo, 18 de abril de 2010

Escondidas


Desde o princípio que nos ensinam a brincar às escondidas. Percorríamos com o olhar qualquer objecto, qualquer local, que nos prometesse a invisibilidade temporária, que nos garantisse a protecção necessária. Era assim, na nossa infância não havia medos, não havia incertezas, não julgávamos o sorriso, nem criticávamos o choro…tínhamos a inocência do acto, não receávamos o desejo, nem a queda.

A recordação não era apenas promessa, porque nesse tempo, não era preciso prometer para cumprir, era assim, por muito longo que fosse o caminho, estavas sempre preparado a tentar encontrar, quem de ti se queria esconder.

1,2,3,4,5,6,7,8,9….. Aqui vou EU!

Enquanto o tempo esconde, quem queres encontrar, tu dás voltas ao pensamento, procurando o momento da descoberta. Não te cansas de jogar e tornaste num aventureiro temido pelo tempo….e o tempo passa por ti, CRESCES.

Era assim,

E hoje já não és mentor da inocência, hoje precisas de promessas, hoje jogas às escondidas e não encontras quem queres encontrar.

Filipe Almeida

sábado, 17 de abril de 2010

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam

"Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte".

Alexandre O'Neill

terça-feira, 13 de abril de 2010

Vês??

A fantasia enche-te de brilho, é assim que te vejo e quando atravessas essa linha, estás sempre um passo à minha frente. Se o fogo queima, porque é que ainda estou tão perto de ti? Continuas a consumir o meu tempo, mas o teu oxigénio não é o suficiente para reduzir a minha pele em cinzas.
Não são apenas os teus actos, é toda a história, que outrora fazia levitar por entre as ambições do desejo. Ainda me ouves rir? Afinal a intendência, também tem um fim e no final foi só o tempo que passou. Continuas letárgico e só consegues ver, quando fechas os olhos!!! A ironia não está nas palavras, está no olhar.

A minha mente diz-me, que a conquista não está na posse, mas sim no acto de não esquecer.

Fugiste numa melodia delicada, nessa languidez própria que te torna difícil de alcançar, é por isso que contínuo perdido, porque gosto de estar longe desse teu olhar.

Estás a um passo de descrever o som do prazer ( o mesmo que ontem estava esquecido), fechas a porta nesse lugar longínquo, onde apenas a lua te consegue ouvir e onde apenas minha imaginação te consegue tocar.


Real para ti, Fantasia para mim!



Filipe Almeida

Sempre, para sempre!




A letra da música dos Donna Maria " Sempre, para sempre", escrita por Miguel Majer, é uma das melhores caracterizações sobre a essência do Amor. ENJOY!

"Há amor amigo
Amor rebelde
Amor antigo
Amor de pele

Há amor tão longe
Amor distante
Amor de olhos
Amor de amante

Há amor de inverno
Amor de verão
Amor que rouba
Como um ladrão

Há amor passageiro
Amor não amado
Amor que aparece
Amor descartado

Há amor despido
Amor ausente
Amor de corpo
E sangue bem quente

Há amor adulto
Amor pensado
Amor sem insulto
Mas nunca tocado

Há amor secreto
De cheiro intenso
Amor tão próximo
Amor de incenso

Há amor que mata
Amor que mente
Amor que nada mas nada
Te faz contente me faz contente

Há amor tão fraco
Amor não assumido
Amor de quarto
Que faz sentido

Há amor eterno
Sem nunca talvez
Amor tão certo
Que acaba de vez

Há amor de certezas
Que não trará dor
Amor que afinal
É amor,
Sem amor

O amor é tudo,
Tudo isto
E nada disto
Para tanta gente

É acabar de maneira igual
E recomeçar
Um amor diferente
Sempre, para sempre
Para sempre"

Miguel Majer

segunda-feira, 12 de abril de 2010

PERDER

Se olho pela janela é porque ainda consigo ver a cinética do mundo... olha ali, vês? A diversidade de expressões que cada pessoa carrega é a razão pela qual, sentes que não estás sozinho. A sociedade não te nega a partilha das tuas emoções, mesmo assim, achas que ninguém se preocupa e a dimensão do teu querer provoca desconfiança do teu, porquê.

Há coisas que nunca mudam e os interesses de quem te aborda, não são os mesmos, que a tua alma inocente desejava. Sentes que podias partilhar os teus momentos, mas manténs o teu esconderijo bem protegido, NÃO CONFIAS EM NINGUÉM! O teu constragimento é o desespero de quem está ao teu lado, concordas que estás a perder o controlo e a tua definição de felicidade torna-se numa discreta utopia.

É uma questão de oportunidades, sempre foi! Honestamente, quantas é que já perdeste? E porquê? Porque é que não dás uma oportunidade para alguém conhecer o teu mundo? para teres alguém com quem partilhar as tuas emoções? Vives nesse estigma, que um dia, que UM DIA.. voltas a confiar, voltas a dar uma chance, voltas a ter tudo de novo.

Tens a certeza que a vergonha, só serve para dar prazer aos outros e numa diplomacia cautelosa, sabes que ao longo do tempo, irás perder tudo o que amas...é assim que num desejo cru e em jeito de segredo, tu disses, QUERO PERDERRRR TAAAANNTOOOO!

Filipe Almeida

O jogo


Às vezes não sabemos o quão perto do fim estamos, inconscientes e loucos por actos impulsivos, corremos pela necessidade da adrenalina presente neste jogo, que é a VIDA.

Não temos super-poderes, nem vidas ilimitadas, mas temos o dom de fazer RESTART, sempre que perdemos. Com isso, tornaste criador de sonhos, que nem sempre são fáceis de alcançar.

É o sorriso leve, no fulgor do teu olhar, que mantém os sonhos presos, encarecidos pela plenitude do comodismo, TU preferes jogar.

Jogas a tua melhor carta, arriscas aquele sentimento, num lançamento de dados, suspiras por algo que… por favor, por favor, GANHA!!

Pretendes o mundo carregado de volúpia e jogas novamente,

Não tens receio de perder tudo numa só jogada de cara ou coroa, porque sabes que tens, a força de acreditar dentro de ti.

Não acreditas no acaso, não acreditas na sorte, acreditas em algo bem mais consistente, o DESTINO.

E…..

Não desistes, porque acreditas que a vida tem mais sentido se for feita de desafios. Já conseguiste chegar aqui, certo?

Tudo bem! Joga novamente……


Filipe Almeida
Foto: Ruben Vieira

quarta-feira, 7 de abril de 2010

E se...

Conquista,
Arrisca,
Luta,
Vence,
Grita,
Voa,
Sonha,
Concretiza,
Alcança,
Vive,
Acredita,
Brilha,


SUPERA-TE!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Fugir, fugir, FUGIR!!

(...) às vezes falas com o corpo, numa linguagem gestual própria, recrias uma amnésia temporária, onde consigo sentir o que desejas. Invades a minha mente com movimentos indolentes e persegues o meu silêncio. Gosto de ti!
Fingimos ser viajantes do tempo com passaporte vitalício, sombras do que devíamos ser, tornas os meus lábios num pecado apetecido. Hoje voltei a desejar-te, hoje voltámos à cidade do pecado, hoje a paixão não foi só química, hoje o teu convite singelo foi uma perdição vertiginosa.
Reparaste que hoje não quis fugir?

Hoje fico contigo.


Filipe Almeida