sábado, 25 de setembro de 2010

Amizade

"A natureza ensina-nos coisas belas, por vezes de coisas banais e naturais que sempre vimos e nunca reparámos com a atenção devida.

Se tivermos um minuto para olhar com olhos de ver, conseguimos chegar a conclusões e comparações que nos dão que pensar.

A vida de uma planta é como a paixão.

Numa paixão tudo começa como um rebentar de uma flor. Timidamente e aos pouco esta vem aparecendo no meio das banais folhas verde, lentamente vem dando cor e alegria á planta, esta simples flor vem com um fim, libertar o seu pólen e dar às outras flores um pouco de si, mas tudo o que é belo não dura para sempre e da mesma forma que esta pequena flor aparece, certo dia, começa a murchar, lentamente esta vai perdendo suas pétala sua cor, no fundo toda aquela graça inicial que tinha.

Na forma como eu vejo a vida, a paixão é um pouco como esta pequena flor, vive intensamente, e morre lentamente, porem a flor com o pouco pólen que recebeu de outra flor, como quem troca sentimentos e os mantém guardados lá bem no fundo do seu ser, consegue gerar uma pequena semente, uma pequena semente que se for bem cuidada, pode gerar uma pequena planta, a planta da amizade, uma planta frágil e pequena que se for bem tratada, um dia será uma enorme árvore capaz de resistir a intempéries.

Espero que a pequena semente que tenho para oferecer seja bem cuidada, que com a ajuda dos dois não murche antes de se tornar uma bela árvore."

J.P

Escravos do Luxo

“Enquanto lutava, via as pessoas falar em nome da liberdade, e quanto mais defendiam este direito único mais escravas se mostravam dos desejos dos seus pais, de um casamento onde prometiam ficar com o outro “para o resto da vida”, da balança, das dietas, dos projectos interrompidos a meio, dos amores aos quais não se podia dizer “não” ou “basta”, dos fins-de-semana em que eram obrigadas a comer com quem não desejavam. Escravas do luxo, da aparência do luxo, da aparência da aparência do luxo. Escravos de uma vida que não tinham escolhido, mas que tinham decidido viver – porque alguém acabou por convencê-los de que aquilo era o melhor para eles. E assim seguiam os seus dias e noites iguais, em que a aventura era uma palavra num livro ou uma imagem de televisão sempre ligada, e, quando qualquer porta se abria, diziam sempre: “ Não interessa, não tenho vontade.”

Paulo Coelho, “O zahir”
Foto: Mariana Dias

Hands On Approach - Black Tears

Artista da Semana: Hands On Approach

Álbum: High and Above

Música: Black Tears

Recomendação: 4,5/5

O verdadeiro consumismo

"Os amores são para ser vividos, sonhá-los não basta. São para se consumir, até que morram, talvez, mas sem medo, com ganas, com desejo, com vontade, como se não houvesse amanhã, porque, em abono da verdade, ninguém pode saber se amanhã, precisamente à hora em que escrevo estas palavras, ainda cá estaremos, eu, tu, qualquer uma das pessoas que amamos."

Margarida Rebelo Pinto, “O Dia Em Que Te Esqueci

O Poder Feminino

“As mulheres possuem uma maldade própria e secreta, que se manifesta de forma subtil em pequenos gestos e comentários sarcásticos para quem está de fora, e que na intimidade atinge níveis de terrorismo emocional de tal forma elevados que podia facilmente tornar-se objecto de estudo da Amnistia Internacional. É a nossa vingança; os homens lutam para fora, nós para dentro. Vocês erguem espadas e espingardas, nós levantamos a confusão e criamos a discórdia. Vocês afiam as lâminas, nós afiamos a língua. Vocês querem vencer o inimigo fora de portas, nós inventamos o inimigo do lado de dentro das paredes. Se, por qualquer motivo caem no labirinto do desencanto, somos capazes de tecer a mais pérfida das teias até vos roubarmos todas as armas, todas as defesas e vos deixarmos sufocados e paralisados, vítimas de uma armadilha fatal. Não somos melhores nem piores, apenas lutamos de forma diferente e em nome de outras causas, porque, embora feitos da mesma matéria, não sentimos o mundo da mesma maneira.”

Margarida Rebelo Pinto, “O Dia Em Que Te Esqueci

A perfeição da miragem

“Imagina que as cores se foram separando até chegar às primitivas e que, quando as misturo, não me engano. Entendes o que aqui escrevo? É preciso saber separar as águas, as cores, o coração da cabeça, a paixão do amor, a realidade da ficção, ainda que por vezes nos enganemos e tomemos o certo pelo errado ou vice-versa. (…) Querer e conseguir não são o mesmo; só consegues quando queres, o contrário não é possível. Escrevo para me ler e para me ouvir, porque também preciso das minhas palavras. Preciso que elas me alimentem sem que ao mesmo tempo me matem. Palavras de alento e de esperança, agora com os pés na terra, em vez de voar como um pássaro atrás de quimeras. Quantas vezes os oásis mais desejados não passam de miragens!”

Margarida Rebelo Pinto, “ O Dia Em Que Te Esqueci”
Foto: Cícero Lee

José James - Detroit Loveletter

Artista da Semana: José James

Álbum: Black Magic

Música: Detroit Loveletter

Recomendação: 4/5


Ausência I


A explicação natural da minha ausência:

I) 2 semanas de Férias.

II) Interrupção da vida rotineira para o início de um segundo ciclo.

Resumindo, VOLTEI!

P.S - Li algumas obras literárias durante as férias, que primeiramente, vão ser alvo de toda a minha atenção. ( De momento, estou a "apaixonar-me" pelo título Crónica do Pássaro de Corda, do Haruki Marukami)