domingo, 31 de outubro de 2010

Déjà vu

Quando te perdes num sonho, o que sentes? Talvez a percepção de um estranho déjà vu?

Se não é intrínseco, prefiro andar o tempo necessário até o voltar a encontrar, tal e qual como uma folha atraiçoada num remoinho de vento, procura a sua tranquilidade. Persigo a mente até à exaustão do pensamento, naquele preciso momento em que a persistência tolera o medo. Até pode ser mentira, mas mesmo assim, o que nos impede de acreditar nela?

É como se fossemos estranhos no nosso próprio mundo, onde as considerações nunca são sensatas, mas suficientemente astuciosas para acreditar nelas.

Num certo aturdimento, denoto que nenhum mundo perfeito é cúmplice de um álibi bem sucedido. Deste modo, mesmo que a brisa já seja ténue, a folha continuará impassível a algo já sentido, assim como, continuaremos a menosprezar os interstícios de um déjà vu, para colocar todas as perguntas que já foram feitas.


Filipe Almeida

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