segunda-feira, 30 de maio de 2011

Curtas XIX - Ambição volúvel



A imprudência do meio-termo, quando só existe o «Tudo ou Nada».


Filipe Almeida

Foto: Vânia Viana

Radiohead - Weird Fishes/Arpeggi

Artista da Semana: Radiohead

Álbum: In Rainbows (2007)

Música: Weird Fishes/Arpeggi

Recomendação: 5/5

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A pequenez humana - Eduardo Sá


A pequenez humana

“A racionalidade, por vezes, engana. Sugere que não há nada que nos assuste porque, no fundo, tudo será mais ou menos acessível ao nosso entendimento. Mas, com sabedoria, a vida vai envolvendo a racionalidade num enorme «volto já!», e faz com que a nossa capacidade de entendimento não impeça que nos tornaremos profundamente desconhecidos de nós próprios.

Ao contrário do que um crescimento sem grandes sobressaltos e sem surpresas chocantes, trazidas pela Natureza nos faz acreditar, a vida mostra-nos, todos os dias, que somos pequeninos. Não controlamos o nosso corpo como, quando ignoramos os seus sinais, somos levados a imaginar. Nem somos «o exemplo» em que transformamos todas as histórias em que participámos, como, quando as contamos, se faz crer. Seria bom que nos lembrássemos, muitas vezes, de que, tirando as pessoas que nos são essenciais, a Natureza não perde o sono se ficar sem nós.

A racionalidade sugere que não há nada que nos assuste porque, no fundo, tudo será mais ou menos acessível ao nosso entendimento. E, no entanto, somos pequeninos diante da morte. Talvez se nos lembrássemos dela mais vezes não precisássemos de destruir os outros, desqualificando-os, iludindo a nossa pequenez, todos os dias.

Eu acho este «se eu não gostar de mim, quem é que gosta?», que se foi tornando banal, só é possível porque fomos crescendo num mundo com poucas catástrofes naturais à nossa porta, poucas guerras à nossa porta, poucas guerras ao pé de nós, e com a presença mais ou menos constante dos nossos pais durante a nossa infância. Um mundo que nos trouxe a ilusão de, à escala da Natureza, sermos tanto mais fortes quanto não precisássemos dos outros para nada.

E, no entanto, um mundo assim não nos torna mais vivos. Leva-nos a fugir da nossa pequenez, sem percebermos que a melhor forma de ficarmos presos a alguma coisa é fugirmos dela.”

Eduardo Sá, “Tudo o que o amor não é”
Foto: Internet

sábado, 14 de maio de 2011

Curtas XVIII - Pessoas Especiais



"(...) Olha, é como um relógio de areia. Quando o último grão de areia acaba de escorrer, há sempre alguém como tu que aparece para virar de novo a ampulheta."

Haruki Murakami, "Em busca do Carneiro Selvagem"
Foto: Internet

terça-feira, 10 de maio de 2011

A veleidade do tempo



É o tempo, sempre o tempo. Apesar de todas as conspirações, quando julgas que nada tens é sempre nele que pensas. Apesar de todas as objecções, é nele que depositas o futuro, é nele que colocas a frivolidade dos desejos e é nele que acreditas quando nada te resta. Admira-o com inclemência, vive-o com aspereza e rejeita-o com determinação, porque no final, a sua ambivalência subsistirá num afável agradecimento. E então sorri. Sorri, com sagacidade necessária para fazer emergir tudo o que o tempo quer esconder e continua a viver nessa luta auspiciosa contra o improviso de um tempo, que para muitos, é apenas o concretizar de um último… desejo.


Filipe Almeida

Foto: Salvador Dali


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Em nome da memória - Ann Brashares (parte II)

"O amor exige tudo, diz-se, mas o meu amor exige apenas isto: que, independentemente do que aconteça ou do tempo que demore, mantenhas a tua fé em mim, recordes quem és e nunca desesperes."


Ann Brashares, "Em nome da memória"

domingo, 8 de maio de 2011

The National - Sorrow

Artista da Semana: The National

Álbum: High Violet (2010)

Música: Sorrow

Recomendação: 5/5


Lá estarei, dia 24 de Maio no Campo Pequeno, Lisboa.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Será assim o "arrep(r)ender"?


"Os arrependimentos permanecem connosco. Acabam por nos distorcer com o passar do tempo. Mesmo que já não nos lembremos deles."

Ann Brashares " Em nome da memória"

Ferocidade gestual

A minha imprudência, transforma cada gesto numa nova história e a obediência deste olhar, faz com que consiga ver para além do que é sensato. Gestos soltos ou figurados. No final de contas, são apenas gestos e nesta lassidão, apenas consigo admirar o prazer desta vivacidade. Desculpa, mas descobri que a sumptuosidade destes gestos coercivos, são apenas minudências, num caminho que não queres encontrar.

Filipe Almeida
Foto: Internet

terça-feira, 3 de maio de 2011

Curtas XVII - Acreditar


A possibilidade nunca se desvanece, ela simplesmente prolifera-se.

Filipe Almeida
Foto: Internet