segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Contas ao tempo



Partilho hoje, um postal oferecido por uma amiga, que contêm um poema que nos provoca um sentimento de reflexão.

Apesar de "chorar" o tempo que já não tenho, continuo a ter tempo, para fazer contas ao tempo que ainda tenho. Porque o tempo é aquilo que fazemos dele, aqui vai transcrição do poema,


Contas ao tempo

“Mas, cuidar sem tempo tanta conta,
é força do meu tempo
já dá contas!

Mas, cuidar sem tempo tanta coisa
eu que gastei, sem conta, tanto tempo,
para ter a minha conta feita a tempo.

Dado me foi bom tempo e não fiz contas
não quis, sobrando tempo, fazer contas
quero hoje fazer contas, falta tempo.

Oh vós, que tendes tempo sem ter conta!
não gasteis esse tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em fazer contas.

Mas, oh! se os que cuidam do seu tempo,
fizessem desse tempo alguma conta,
não chorava, como eu, o não ter tempo!”

Poema de um monge do séc. XVIII
Foto: José Pio


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