segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pobre Riqueza

À nascença não te deixaram escolher o que querias ser e desde logo te prometeram a felicidade desejada por tantos, A riqueza. Nos teus olhos corre a alegria de um crime perfeito, mas nas tuas veias, flui a incapacidade de lutar pelos desejos da tua alma. O que tens em comum com o comum? NADA. O que tens para mostrar? NADA. O que ganhas com tanta ostentação? NADA. Nunca ponderaste a clemência do mérito, quando para ti a escolha é um acto tão singelo. Levas um pedaço de alma, completamente obscuro pela inutilidade do ter, sem ter de sofrer. É assim, que ganhas essa arrogância familiar, que cria uma soberania disfarçada, por desejos corrompidos pela ausência do esforço. Eu que lutei pelo desejo de ter, não tenho receio de perder. Tu que nunca soubeste o que é desejar, perderás a primazia do teu mundo, por não saber lutar. Darei sempre mais valor à minha riqueza, que a qualquer momento na tua soberania fantasiada, e para que saibas, a riqueza não está aí, a riqueza está no que não consegues ter.


Filipe Almeida
Foto: Diogo Drigo

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