domingo, 8 de agosto de 2010

Epopeia Vinculada

Não há palavras mágicas, nas epopeias desejadas pelo pensamento
Não há toques afáveis, que tragam promessas infindas
Há apenas um conhecimento renunciado, por momentos já sentidos
Cismático, reclamas por essa esperança simulada, onde deitas a tua felicidade.


Vejo esta luta de almas.
Vejo o que não devia ver.
Vejo a timidez e o teu rosto corado.
Vejo carne com carne.
Vejo as ondas que não trazem água.
Vejo a energia que nos deixa cansados.
Vejo esta doença extática que dá forma aos lençóis.
Vejo o errado, parecer correcto.


A transformação da epopeia num epitáfio sorridente,
dá azo a uma clausura temida pela adversidade da satisfação.
Foges, para receber algo inerte que te provoque a expiação,
uma vez que a tua liberdade, sempre foi uma fragilidade demente.

Filipe Almeida
Foto: Sílvia Antunes

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