É o tempo, sempre o tempo. Apesar de todas as conspirações, quando julgas que nada tens é sempre nele que pensas. Apesar de todas as objecções, é nele que depositas o futuro, é nele que colocas a frivolidade dos desejos e é nele que acreditas quando nada te resta. Admira-o com inclemência, vive-o com aspereza e rejeita-o com determinação, porque no final, a sua ambivalência subsistirá num afável agradecimento. E então sorri. Sorri, com sagacidade necessária para fazer emergir tudo o que o tempo quer esconder e continua a viver nessa luta auspiciosa contra o improviso de um tempo, que para muitos, é apenas o concretizar de um último… desejo.
Filipe Almeida
Foto: Salvador Dali
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